Instruções para a prática de Zazen
As seguintes observações são básicas para prática de Zazen, que devem ser complementadas pessoalmente por monitor experiente.
A forma de sentar – O ideal é que seja sobre uma almofada que lhe permita ficar com a coluna ereta e os joelhos tocando a base sob ela. Caso tenha algum problema físico que impossibilite sentar-se dessa forma, pode-se usar uma cadeira.
Abertura dos olhos – Semiabertos.
A colocação das mãos – Sobre o colo, com os dedos da mão esquerda sobre os da direita e os polegares se tocando (formato de mudra universal).
A respiração correta é a chave do processo, mas, para tanto, é necessário uma postura correta, sem a qual o fluxo de oxigênio nos pulmões não se faz plenamente.
Preparando-se para o Zazen
O espaço – Dispor de um ambiente fresco e arejado. Evitar locais em que os cinco sentidos fiquem aguçados. Manter luz tênue; preferir locais com odor neutro que não aguce o olfato, ou usar um incenso levemente perfumado.
A posição do corpo – Se sentado em um zafu ou almofada, o ideal é a postura de lótus (pé esquerdo sobre a perna direita e pé direito sobre a perna esquerda) ou semi-lótus (pé esquerdo sobre a perna direita), mas o que importa mesmo é manter a coluna ereta e esticada, o peito para frente, sustentar o abdômen, os ombros abertos na horizontal, alinhados com as orelhas, o queixo levemente puxado para baixo, em linha com o umbigo a boca seca, a língua sobposta ao céu da boca, as mãos em mudra universal ou sobre as coxas. Idêntica postura deve ser observada, em caso de sentar-se em cadeira ou banco.
O olhar – Manter o foco em linha transversal, em 45º, o que induz à introspecção.
Imobilidade – Esforçar-se por manter-se em estado de não-ação. Evitar ficar se mexendo, se coçando, engolindo saliva etc.,
Concentração, ponto focal – Ao longo do período em pausa, manter um ponto focal, por exemplo, na postura, no fluir do ar nos pulmões, no ouvido.
Respiração – É preferível a abdominal. Para tanto, primeiro, ao inspirar, encher os pulmões, inflando o diafragma.
Ao expirar, puxar o abdômen, como se estivesse comprimindo a bola para expelir o ar no seu interior. Inicialmente, esse processo é feito de forma consciente, mas, com a repetição, tornando-se um hábito, passa a ser autômato.
Convívio com as dores – Quando ficamos imóveis por um período longo, podem surgir dores ou câimbras. Nesse caso, o praticante não deve pensar na dor, mas sim voltar a sua atenção para o ponto focal que havia antes escolhido, seja a postura, o fluxo da respiração ou outro eleito para tal finalidade.
Pensamento – Quando ondas de pensamentos vierem, deixá-las ir. Não se prender a qualquer circunstância, liberar todos os assuntos. Os pensamentos fazem parte da mente objetiva, portanto do campo da reflexão, contrário ao que se deseja com a meditação, que é o acesso à mente subjetiva, relacionada à intuição.
O tempo – Estando sozinho, permaneça em silêncio por pelo menos 20 minutos ou o tempo que suportar, sendo mais eficaz em períodos de 30 a 40 minutos.